Ao encontro do sonho seguinte...
Faz-me perder.
Les autres vivent l'habitude.
O guarda de guarda da guarda na Guarda aguarda o render da guarda do guarda gordo.
Obrigado! Porque os números mentem com a certeza da numeração!
Vivo sem leveza, mas leve e com certeza.
Vejo luzes às escuras da noite com a claridade de um dia.
A tendência do devir comprime-se na opressão da expressão inscrita.
Oiço comboios que me escutam ao longe.... vejo-os até que o silêncio os apague.
A velocidade do pensamento sucumbe ao ritmo do sentimento.
O (re)volver de regresso aos projécteis no teu olhar.
Suspiras. Na visibilidade de um gesto a transparência de um ser. Inspiro-me. Plenos planos despontam ao despertar o sorriso das tuas manhãs. Sentado sentindo a sensação de estar sentado. Inspiro. Ofereço-me um presente: viver aqui e agora. Já não procuro na noite a expressão de um dia, numa existência a experiência de testar o existir futuro. Revelo-me hoje: sou o que pareço e estremeço quando aconteço. Ser é sê-lo. Aqui e agora.
Disperso-me quando me expresso. Ainda mais quando tomo um expresso. Aí perco-me até ao infinito do concreto... Normalmente vou-me encontrando no leito do despertar seguinte. Então imprimo uma expressão dispersa que me deixa impressionado. Mas não o expresso.
Em metade do que sei oculta-se metade do que desconheço. Aliás a minha sabedoria mais não é que a expressão da minha ignorância. Reconheço que se soubesse o que desconheço revelaria desconhecer que sei.
Na expressão de um devir a síntese da alquimia dos múltiplos caminhos de uma estrada perdida que desemboca no encontro de um sentido.
O sol que se reflecte nos teus óculos oculta a estrela que se espelha em ti.
Quem muros levanta em paredes se encerra.
Antes um artista da pedra que um pedreiro pedrado.
Antes pedra que perda.
Antes cravo iluminado que escravo da iluminação.
Desprezam-se minas de gente em nome de uma pedra.
Olha-te ao espelho se duvidas do que te digo, encontra-te no reflexo para de ti duvidar.
Em nome da certeza muitas dúvidas se levantam.
Diz-me ela gritando ao auscultador: "... Cresce e aparece!". Sustive então o grito que o telefone me desligou: descansa, hei-de aparecer quando desapareceres... O negro do teu rosto envergonha-se com o negro do teu mau gosto!
Não é a mentira que mata: é a vontade de mentir.
Por isso não deixes para (depois de) amanhã a (r)evolução que pode acontecer já hoje e revelar-se (antes de) amanhã.
Vós a jogar
Nós a rezar
Mas no fundo, no fundo...
Mais um ano a vê-los ganhar!
Now what?
Vem Amor apaga a dor.
Não são cigarros
são balas que espalmas no cinzeiro.
A paga Amor
são mais batalhas,
finais que atalhas
nas paixões que apagas.
Vem apaga,
Amor ApagaDor.
Carlos Manuel é nome de herói de infância: o número 6 do Benfica que há muito arrumou as botas e do meu irmão que as arrumou cedo de mais. Um era o capitão que faz muita falta ao meu clube. O outro o meu mais velho capitão que muita falta nos faz. Mas o que é hoje se não a infância e mais um dia. Herói é sempre, mesmo quando dói.
Cavaco embebido (não confundir com ébrio que estava bem sóbrio) na atmosfera do futebol e das bandeiras nas janelas piscou o olho a uma "velha senhora". Pouca vergonha! Merecia era um carolo bem aviado... ou entrando no espírito da coisa uma entrada a pés juntos em cheio na cadeira!
Agora queremos sinfonia, Maestro!
Agora só falta polir os baixos, pautar os acordes e soltar a musa...
O fascínio do precipício é imaginar que tudo volta ao início.
|Mas|
Se vives uma vida de descrédito não desperdices o crédito que tens.
|Porra!|
Tou farto de artistas que se crêem de vistas largas e nas horas apertadas viram costas às vidas amargas.
|Contudo|
Não ponhas início ao pesadelo ouviste?! Meu olhar morre triste se nesse rumo caiste.
|Escuta|
Não prendas um sopro triste nuns olhos que já viste!
|Vem|
Liberta esse brilho de magia com um olhar de alegria!
|V!VE|
A dureza sem tristeza, a beleza com certeza!
Gosto de bailados. Não tanto de ballet mas de coisas mais contemporâneas e de expressões extemporâneas por assim dizer. Gosto. E quando do palco me descobres no meio da casa cheia e danças sem engano só para mim como se estivesse só na plateia. Adoro! E aí abraço o teu ritmo e deslizo no embalo dos teus passos de seda. E amo, e inflamo!
Mas quando o fim da noite me beliscas e a cortina desce, e o pessoal da aldeia se levanta, em coro te eleva nas palmas e depois parte nas calmas. Não fazes ideia: aí choro! Choro porque lá na aldeia só havia areia, e a malta nem fazia ideia do que era uma plateia. Eu também não gostava de bailados mas derretia-me por gelados, rebuçados e pelos teus olhos aluados. São eles que vejo neste céu estrelado. Que se apaga quando a plateia se acende. E tu não voltas para mim, Dulcineia.
Projecto (R!)evolucionário em curso, de discurso apostado num melhor percurso. Esta é uma real utopia onde pretendo reunir projectos e vontades, espaços e tempos, especialistas e identidades. Um organismo vivo respirante e aspirante de exigência na existência, e emergência na experiência! (R!): hoje uma linha amanhã uma rede! Vive la (R)eXistence!
Em terra de servos
Num tempo de escravos
murcham os cravos
De aperitivo uma elegia do Mestre Fernando numa combustão cinematográfica que revolve o grão da emoção nas labaredas de memória. Tudo aquilo me emocionou de forma estranhamente familiar fosse pela proximidade às imagens ícone do nosso cinema
ou por ter feito parte da família que elevou a poesia em pleno São Carlos. O fogo apaga-se no topo da sala, trocam-se as fitas e acende em mim uma e outra questão: serão eternas as imagens que admiro? Que eternidades estas? A nossa memória perdurará? Serei eterno face às imagens que admiro? E os meus heróis também morrem? Morre o olho que olho mas não o olhar que sobre o olhar nasceu.
No fatal destino de tudo o que respira viajo até um livro que me acompanhou num tempo de convalescença: um homem que produz filmes que ninguém viu decide destruir o seu asservo no término da vida. Mas antes decide mostrá-los a alguém que escreva sobre eles. Será esse o nosso único papel em vida, o de deixar um registo sobre o mundo que experimentámos? E não o partilhar com ninguém? Hoje sinto essa necessidade e não fui o único. É que também este filme de Fernando por João Lopes ‘Provavelmente...’ não é para mim mais um filme: é uma admirável homenagem em vida, de quem sente que há que partilhar a obra em vida num marco inteligente sobre um homem sensível que por demais admiro, e que memorizo num tabuleiro do Éden visto dos céus, ou perscutando a intimidade do nosso cinema nos planos que espelham a casa do autor.
O catedrático e mediático João, autor crítico, professor e mestre de todo e qualquer cinéfilo deste país de F's: fado, futebol (antes Fátima) e haja quem ouse dizê-lo também de filmes assume-se agora destino deste Lopes, um São João que até à produção admira no momento dos agradecimentos (e como eu gostava de assim ser reproduzido nessas lides de lavoro...).
O meu professor João prescuta em cada olhar próximo um interior humano, que me marca como a minha imagem matricial do bom cinema à português e ainda com resiliência para mais um combate à chuva e espaço para outro copo de whisky. Mas se me autoriza há nesta admiração uma vénia que persiste de um discípulo que se acha menor, tal como um Mestre Fernando prescrutando o tamanho das pistolas de um Ford Mestre de Westerns. Isso acho errado. Que na arte não há pessoas melhores apenas obras mais marcantes. Sob a arquitectura do panteão do cinema são as estrelas que brilham mais que os obras mas não são elas as estrelas mais brilhantes.
Sugerir um canal que permita dar trabalho aos consagrados? O tempo das classes superiores e inferiores parece-me algo descontinuado mas mesmo que não devamos desprezar que exista gente com e sem classe e obras com e sem valor. A capacidade de superação tem de ser diária e a capacidade de afirmação deverá ser justificada. Se um Fernando Lopes ficar sem realizar os seus projectos obviamente que não fico satisfeito que essa situação deixa-me triste! Mas se isso der lugar a um novo Belarmino então saudemos a vitalidade do cinema português.
Para mim mais que tudo existem Homens e é deles que se projecta o artista. E se o homem não é eterno também eterna não será a sua capacidade de criação. Daí que aceitar todo e qualquer trabalho maior ou até um rabisco, reconhecendo por uma assinatura uma obra de arte não será para mim o mais correcto. Entraremos nesse caso num mundo de coleccionadores de matéria inerte já que por vezes as palavras mais flamejantes têm autor desprezado.
Não estará na hora de assumir de vez que o subsídio não é o princípio do cinema mas o fim da capacidade de gerar meios de independência? Pensemos então o capitalismo que temos. Há os que têm e os que precisam do que esses têm. Mas encaremos o presente e o futuro: estamos num tempo em que os desejantes têm mais força que o poder do desejo. Porque já não dependem tão completamente dele. Hoje se não fazemos bem com 100000 tentemos fazer melhor com 100. Sejamos humildes artistas mas não dependamos da caridade para expressarmos a nossa arte!
Ponham-se em prática as formas de incentivar o apoio privado às artes e incentive-se a produção e distribuição, impondo-se quotas de qualidade e diversidade de programação às televisões generalistas! E produza-se para o estrangeiro! Tive em mãos a produção de um filme que integrou grandes mostras internacionais mas que não recebeu um tostão de qualquer entidade pública ou privada. Bati a N portas, mas não à do Portas. Fui inábil??!? Dir-me-ás então que fui às erradas. Repito-o com calos nas mãos! Mas quem é que mostra então, quem é que compra, quem é que aposta? O que é o mecenato, o que é a televisão independente? Independentes em quê? Divergem, arriscam, incentivam, alterna quem em quê? Tentemos @ cunha(d@) do Portas? A aventura (artística) segue com costa (comercial) à vista!
Mas se um Indie, um Fantas e um DocLisboa são crescentes sucessos de massas porque não assumir de vez que as massas querem diversidade. Se custa mais? Não, dá é mais trabalho. Custa ser criativo. A Roménia é nisso hoje uma moda. O Irão também um exemplo. Portugal ainda não. Abra-se um sentido de exportação numa porta por onde actualmente apenas entram formatos enlatados. Talvez dê mais trabalho ser continuamente criativo que as fórmulas tendem a esgotar-se. Aprendamos então com o bom, criemos um excelente produto apostando na identidade e sejamos exemplares a vendê-lo. E garantamos a venda seguinte promovendo a imagem com originalidade de qualidade. Ultrapassemos a rezinha ao Fundo perdido e os loops de flops. Respeitemos as glórias dos Carlos e dos Bastos e dos Fernandos Lopes, mas apostemos no surgimento de um Mourinho Oliveira, colhamos Figos em Almodovar, divulguemos os Nanis e os Morettis, e rezemos por Marizas aos montes.
Não querendo continuar a parecer desrespeitoso, até porque o Mestre Fernando partilha no meu panteão o lugar de César com o Monteiro, admito que todos nós teríamos a aprender com a saúde do seu pensamento em documentários, entrevistas, aulas e palestras. E que se invista nisso que é gasto com retorno. Por outro lado a saúde do seu e nosso cinema teria tudo a atingir com a utilização do reconhecimento do estatuto que alguns como ele conquistaram e através dele reunir apoios e abrir portas que nós, os iniciados não conseguimos de outra forma nem ousar imaginar. Mais que lamentar o silêncio de uma voz no megafone saúdo um novo caminho que traga voz a tod@s. Proponho pois que se assuma de vez um canal que emita a partir do panteão dos consagrados mas que não nos venham guiar até à entrada de um labirinto. Entrem nele connosco. Sejam um de nós que à saída seremos uma voz mais forte.
E nesta minha visão inocente olho as estrelas na noite da cinemateca e insolente sondo se haverá espaço para mais um ponto de luz e constato haver lugar para constelações inteiras se iluminarem. E já que cumprimento mestres como professores deles me despeço "provavelmente... até segunda feira".
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/c6e1857fd123948aaa1fed.html
uma voz com fôlego e um copo imundo.
Era imaginar-te sem voz no outro mundo
E imaginar tudo de novo
Desafinando a alma a plenos pulmões.
Mas tudo isso desaparece
Quando a lâmpada aquece
E o cinema aparece.
Mesmo que não complete a plateia
Ou encha de tédio a ideia
Como os "Fados" do país do lado
Cinema é meu fadoDestino clandestino deste menino.
Esqueçam a dança com a platina do caracóis.
Esqueçam a herança de cineastas espanhóis.
Esqueçam a desesperança das derrotas e dos cachecóis.
Esqueçam tudo e tomem nota:
Fado Tonight será um filmequem sabe até cinema
para esta e muitas outras noites!
Hoje dormi duas horas, duas horas mais do que ontem. E a verdade é que me sinto mais fresco do que em dias que dormi na totalidade menos duas horas. Mas nada como na consciência do trabalho finalizado dormir um justo sono justo a caminho de um despertar dormente.
Há duas semanas um Táxi Killer acelerou por cima de quatro meninas que atravessavam uma passadeira apenas fazendo um pit stop duas horas mais tarde numa esquadra da polícia onde ainda acusava uns míseros 0,8 mg/L. Hoje quinze dias depois, talvez já com o álcool de volta ao valor habitual de 2,5 mg/L, já está de volta às corridas para juntar uns trocos para pagar a multa de 500 euros (ou talvez não, sim que a amnistia não há-de ser só para ajudar os chinesinhos das montanhas!!!) ou então um ampara choques novo que o outro talvez tenha ficado com alguma unha encravada quando nomeadamente para dar de frosques depois de fazer carambola fez marcha atrás passando por cima de uma das pirralhas.
Será que não devia ser tal como para os camionistas proposto um controlador de tempo de repouso e feitas análises regulares aos senhores? E não digo apenas ao bafo mas fundamentalmente psicológicas. Quem passa muito sobre o alcatrão sabe bem quem lá muito se passa!
O que me ainda mais me impressiona nesta história além do aparato dos detalhes e do grunho que devia ser atropelado a punho é este cavalheiro não ter ficado com a carta apreendida (que provavelmente até nem tinha...) e que no fim seja talvez só o jornal Global (quem?!) a fazer isto valer uma nota menor de rodapé num canto interior quando foi notícia de gala até em todos os jornais desportivos, que notícias querem-se é escritas com sangue quente. Questiono-me também o que seja a imprensa? Creio que devia ser em nome do povo um motor de defesa da justiça e da memória, mas temo que seja realmente apenas a memória justa de um povo.
Um mendigo indicou-me o indigo do teu ser menina pródiga do meu querer
O azul que tenho em mim não é mais um blues de pena:
É um tom que emana desejo de gana e paixão na cama
O teu futuro asseguro que terá beleza ao lado
O teu futuro auguro que será comigo ao largo.
Porque não sou um hesitante de passagem nem de novo miragem:
Sou e em ti, seguro.
Tem sangue nas argolas.
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