no miradouro que espreita
e no eléctrico que passa.
Sou um mapa de ruas chegadas
becos de luz fundida
e azulejos pintados.
E atrás da fachada fechada
a velha cusquice
na porta à espreita
aberta a um novo sorrir.
Sou mais e cheia de graça
sou Vilas e operários
e artistas e gente boa
sou cidade que respira campo,
Sou eu gente de Lisboa!
(Mas veja também senhor visitante senhor governante
a desgraça
nos carros sobrepostos e nos preços da habitação
e nos elevados impostos e nos excluídos impostos
e nas pedras soltas e nos buracos destapados
onde cães mal afamados estrumam sem escolher
e lixos se semeiam por colher...
Que também é muita desgraça esta minha graciosa Graça!)
blogs